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“Feriado a vista! Eba! Vamos viajar!”
Pelos no banco, vômito no chão, cachorro andando para lá e para cá dentro do carro. Esse cenário não é divertido. Para alguns animais, a viagem pode ser uma tortura.
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Você sabe como evitar enjoos?
A cinetose (enjoo do movimento) atinge grande parte dos animais em passeios de carro. “O problema é causado pelo conflito dos órgãos sensoriais e o sistema vestibular (labirinto). Isso ativa a produção dos neurotransmissores, que por usa vez, atuam em diversos receptores do sistema nervoso, causando náuseas e vômito”, explica o médico veterinário Ricardo Duarte, professor da FMU e gastroenterologista da clínica All Care Vet. “A cinetose é um reforço negativo, semelhante à dor. É um sofrimento para o animal”, afirma.
Falou em enjoo, já pensamos naquele medicamento humano próprio para quem sofre nas viagens. Porém, quando o assunto é bicho, devemos dar preferência por remédios desenvolvidos especificamente para eles. “Além disso, [medicações humanas] podem causar efeitos colaterais indesejáveis”, esclarece Dr. Duarte “O único princípio ativo capaz de bloquear o sistema sensorial responsável pelo enjoo do movimento é o citrato de marapitant. A substância pode ser administrada com segurança mediante orientação do veterinário, de acordo com o peso do animal”, recomenda.
Existe um comprimido chamado Cerenia, que é fácil fácil de dar aos animais, pois tem sabor agradável (palatável), não causa sedação e age rapidamente, em até duas horas.
Há vários outros produtos no mercado que podem lhe ajudar a transportar seu peludo com segurança e sem sujar seu carro. Veja alguns:
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- capa protetora de acento. Há vários modelos no mercado. A mais recente foi lançada pela Mopar, criada especialmente para pets chiques que andam de SUV. O produto é feito em parceria com a Cooperárvore, programa de responsabilidade social da Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Todas as capas evitam que os animais transitem pelo carro, que caia pelo nos bancos.Mas o que garante a segurança do cão é o uso do cinto de segurança canino.
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- caixa ou bolsa de transporte. A mais aconselhável é a de material rígido. Nela, o pet deve conseguir se movimentar, ao ponto de dar uma volta em torno do próprio corpo.
- cadeirinha ou assento para transporte. Se seu pet é pequeno, você pode optar pela cadeirinha. Ela é fixada no encosto do banco traseiro. Não se esqueça: o que dará a segurança é o uso do cinto de segurança que deve ser conectado na própria cadeirinha.
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- cinto de segurança. Há dois tipos de cinto de segurança, o que prende no próprio cinto do carro e o que prende no engate do cinto. Em ambos os casos, sugere-se que o cinto para pets seja conectado a uma coleira peitoral, para aumentar o conforto e evitar estrangulamento do animal.
Código de Trânsito para transporte de animais
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Não existe regulamentação federal específica determinando como o transporte de animais deve ser feito. Por outro lado, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece o que não pode.
O artigo 252 proíbe transportar animais à esquerda do motorista ou acomodado entre seus braços ou pernas. Nada de levar cachorro no colo, ou na janelinha do motorista.Essa infração média dará quatro pontos na habilitação e multa no valor de R$ 85,13. Já o artigo 235 do CTB define que o transporte de animais não pode ser feito na parte externa do veículo, mesmo que dentro de caixas de transporte. Essa infração é grave e o condutor autuado receberá cinco pontos na habilitação, além de multa de R$ 127,69.
Na falta de legislação específica, o ideal é escolher o produto que melhor se adapta a seu pet e colocá-lo no banco de trás, para garantir mais segurança a todos que estão no carro. Não é recomendado que o animal seja transportado solto, circulando livremente pelo veículo, pois isso pode tirar a visibilidade e atenção do condutor. Para isso tem o artigo 169: dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança pode configurar infração leve, com três pontos na habilitação e multa de R$ 53,20.
Mesmo com todas essas orientações, seu bichinho não gosta de andar de carro?
É importante associar o passeio de carro com algo positivo. Cães que andam de carro somente para ir ao veterinário, passam a ter medo do veículo. Por isso, acostume levá-lo a locais legais e divertidos.
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Antes de sair de casa, faça um treinamento para seu pequeno andar de carro. Comece o treino com o veículo parado. Dê um brinquedo que ele goste muito. Quando ele estiver mais calmo, ligue o carro, aguarde uns 5 minutos e então saia para dar uma pequena volta. Quanto mais passeios curtos ele fizer, melhor. Leve-o para comprar pão, ir ao supermercado ou mesmo ir à farmácia. Sempre que chegar em casa, dê um petisco ou brinque de algo que ele goste muito. Isso fará com que ele associe o carro a algo legal.
Mas se o problema do seu pequeno for ansiedade e agitação dentro do carro, só inicie o passeio quando ele estiver bem calmo. Enquanto ele estiver agitado e andando no carro, ignore-o e não saia com o carro. O mesmo vale para aqueles que choram. Nada de broncas, ignorar ainda é a melhor opção.
Você também pode treinar seu pet na caixinha ou bolsa de transporte, para se sentir bem e seguro . Para isso, dentro de casa, deixe a caixa aberta, com um cobertor e um brinquedo dentro. Não force a entrada. Deixe-o cheirar e se sentir a vontade para explorar a nova caverninha. Quando ele entrar, dê um petisco ou algo que ele goste muito de comer. Quando ele já estiver bem adaptado, treine fechar a portinha, dar um petisco pela grade e abrir a portinha. Aumente, aos poucos, o tempo que a portinha ficará fechada. Quando for transportá-lo no carro, deixe sempre esse cobertor e um brinquedinho para que ele se sinta mais confortável.
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Se a viagem for longa, faça pequenas paradas para dar água e levar seu pequeno para fazer xixi, ou trocar a fraldinha da caixinha de transporte. Agora você já pode passear tranquilo com seu pet, seja para visitar aqueles parentes no interior ou ir até um parque para passear.
Fonte: vida-estilo.estadao.com.br